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O mundo vive em espera de um grande impacto para o ambiente econômico global a partir do momento que o inverno se aproxima. Com a continuidade dos conflitos entre Rússia e a Ucrânia o cenário de energia para o continente europeu tonar-se a cada dia mais dramático.
A Europa tem na Rússia mais de 40% das fontes de energia, especialmente gás natural e diesel. Com a imposição de sanções econômicas e a resposta russa com as restrições no acesso ao gás e a redução das remessas de diesel, há muitas incertezas sobre como serão os próximos 6 meses para os países europeus, especialmente os menos privilegiados.
O preço do gás subiu mais de 10 vezes no último ano. O preço do diesel já se elevou cerca de 40%. O custo total de energia é um dos mais altos da história do continente. Segundo dados da Eurostat, enquanto a inflação oficial do bloco atinge o patamar de cerca de 9%, a inflação de energia superou recentemente os 38%.
Esta energia é essencial para o aquecimento das residências e para as atividades empresariais. A pobreza energética, a dificuldade das pessoas de ter energia suficiente para se manter aquecida, tende também a afetar diferentes negócios, especialmente aqueles muito dependentes de atividades industriais como Alemanha, Itália e a maior parte da Europa Central e Oriental.
Setores intensivos no uso de energia como química, siderurgia, vidro e fertilizantes, tendem a ser os primeiros a sofrer para manter sua produção, mas segmentos fortes e importantes como o de peças, máquinas e equipamentos e automóveis, bem como serviços intensivos em energia como o mercado de padarias e confeitarias devem a ser gravemente impactados, reduzindo suas atividades e a manutenção dos empregos.
Agências de risco em todo mundo acreditam em uma recessão para os próximos trimestres que vão de quedas de -0,9% a -3% do PIB europeu, o que pode ser ainda mais grave para a economia mundial se incluirmos os cenários recessivos nos EUA e na Ásia, especialmente na China.
A crise europeia tem impactos nas cadeias de suprimentos de todo mundo. Os preços dos insumos energéticos tendem a manter elevada volatilidade durante todo o período, se equilibrando entre os cenários recessivos, de baixa atividade econômica e pressão negativa sobre os preços, e a redução da disponibilidade de energia e a redução da produção de combustíveis fósseis que pressionam os preços para cima.
Além disso, a limitação de produção tende a gerar menor disponibilidade de produtos e insumos industriais, o que pode impactar diferentes segmentos de negócios, tanto positivamente, quanto negativamente.
Produtos nacionais com grande concorrência do mercado europeu tendem a elevar sua competitividade para atender ao mercado nacional e podem utilizar o momento para fortalecer suas posições com uma estratégia de nearshoring.
Por outro lado, todas as empresas dependentes de insumos internacionais devem sofrer grande pressão de preços, tanto pela sua mais baixa disponibilidade quanto pelos possíveis impactos dos preços da energia nos custos logísticos.
É um momento de necessidade de resiliência por parte das empresas. Planejamento, boas alternativas de fornecimento e uma boa gestão de parceiros estratégicos serão essenciais para superar este período no qual ainda não vemos horizonte para seu final.
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Empreendedor, Consultor, Professor, Especialista em estratégias de suprimentos.
Sócio da Cadarn Consultoria e da Nohau Escola
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