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Mapa mostra temperaturas recordes em alguns países no verão de 2022 no Hemisfério Norte — Foto: g1 - A seca histórica no Hemisfério Norte e seus efeitos | Mundo | G1 (globo.com)
Durante os últimos anos muito se discutiu sobre as ações do homem na natureza e seus impactos sobre os aspectos climáticos. Neste ano, a situação efetivamente chegou em um ponto de alerta para o Hemisfério Norte. São dois meses de temperaturas elevadas e impactos diretos sobre a produção, a logística e o acesso à água e energia.
Na Europa, este é o verão mais quente da história do continente. Quase 50% do território encontra-se em estado de alerta e cerca de 20% do solo, não está em condições de ser trabalhado, segundo o Observatório Europeu da Seca. A situação dos rios é tão dramática que a logística fluvial, fundamental dentro do continente, se reduziu a um quarto do seu potencial, o que afeta diretamente o acesso a produtos e serviços para atividade produtiva. A BASF, por exemplo, acredita que não conseguirá manter a sua produção se as condições assim se mantiverem.
Tal fato tem impacto direto também nas questões energéticas. O carvão, que alimenta as termoelétricas do continente, utiliza o transporte fluvial. Aliado ao problema de acesso ao gás russo, há grandes riscos de abastecimento em diversos países. Na Alemanha, está se limitando o transporte de passageiros em regiões industriais para que se amplie o transporte de carvão via ferrovias.
Para conter a crise energética com grandes impactos a atividade produtiva, a União Europeia pretende lançar na semana do dia 12 de setembro medidas para diminuir os impactos no continente.
Nos EUA e na Ásia a situação não é muito diferente. Esta é a maior seca nos EUA nos últimos 1,2 mil anos. 40% da produção de algodão considera-se perdida e os quatro principais reservatórios de água a Oeste do país encontram-se em estado crítico.
Na China esta é considerada a maior crise climática da história moderna do país. Há racionamento de água e energia, o que impacta diretamente a produtividade e a capacidade de atender às demandas de mercado. Empresas como Volkswagen e Foxconn interromperam a produção. Vislumbra-se impactos efetivos para a entrega e distribuição de produtos neste segundo semestre.
Na Índia a onda de calor vem impactando diretamente a produção de grãos e está elevando os custos de produção de alimentos essenciais a vida da população.
No Vietnã há cortes de energia e racionamento de água, tendo em vista os elevados níveis de seca.
No Chifre da África esta é a maior crise dos últimos 40 anos, segundo a Organização Meteorológica Mundial. Etiópia, Quênia e Somália estão à beira de uma catástrofe humanitária, pela falta de acesso a água muitos podem vir a passar fome e desidratação.
Para alguns especialistas tal situação pode se tornar um “novo normal” para os verões no Hemisfério Norte. Caso isto seja verdadeiro, podemos ter uma grande mudança nos fluxos logísticos e de produção em todo o mundo, com grandes impactos para nações produtoras como o Brasil, que podem ter sua relevância elevada para estes países.
Torna-se relevante acompanhar como tais questões irão evoluir nas próximas semanas. A crise climática, aliada ao conflito na Ucrânia, terá grande impacto no mercado industrial, de alimentos e de energia, e pode influenciar diretamente os preços em todo o mundo. Importante a sua empresa se planejar para esta volatilidade que se desenha no médio/curto prazo e direcionar planos de contingência para potenciais rupturas na cadeia de suprimentos.
Para saber mais:
Europa registra oficialmente o verão mais quente de sua história | Mundo | G1 (globo.com)
A seca histórica no Hemisfério Norte e seus efeitos | Mundo | G1 (globo.com)
UE lançará medidas 'sem precedentes' para enfrentar crise energética | Exame
Seca no Reno já prejudica a navegação | Impresso | Valor Econômico (globo.com)
Diante de seca, China diz aos agricultores para replantar ou trocar de culturas - Forbes
Mundo teme início de era dos extremos climáticos | Agronegócios | Valor Econômico (globo.com)
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Empreendedor, Consultor, Professor, Especialista em estratégias de suprimentos.
Sócio da Cadarn Consultoria e da Nohau Escola
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