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A Desconstrução do Legado Olímpico na Matriz de Transporte do Rio de Janeiro




Hoje Infelizmente, mais uma vez, perdemos o bonde da modernidade.


É impressionante como fomos da euforia e da oportunidade ímpar de transformarmos positivamente a nossa metrópole, para amarga e permanente sensação de impotência, frente à nossa triste sina de atraso e abandono.


Era tempo de Copa de Mundo (2014), de Olimpíadas (2016), enfim, de grandes eventos, e o Rio de Janeiro no foco de tudo que estava acontecendo. Era a chance de nos tornarmos uma grande metrópole e implementarmos uma matriz de transporte robusta e consistente, nos mesmos moldes das grandes capitais de primeiro mundo.


Na Academia, nossos Professores insistentemente nos ensinavam que a integração é a chave do sucesso em todo sistema de transporte, e que a mesma deveria ser feita de forma plena, tanto do ponto de vista físico, quanto do operacional e institucional.

Ou seja, estávamos nesse caminho! O bilhete único era a mola propulsora e o fio condutor para que, de fato, o tão sofrido “usuário” pudesse, enfim, fazer as sonhadas transferências, sem o alto custo das passagens.


Vivíamos épocas de ouro no transporte público de passageiros na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com sistemas de massa como os trens urbanos e o metrô se integrando para valer em duas belíssimas estações de integração metroferroviária, construídas especificamente para essa finalidade: Maracanã e São Cristóvão.


O “bonde” havia voltado de forma fenomenal, totalmente modernizado e transformador da geografia de uma cidade que se reinventava e que se propunha a colocar o cidadão como foco do espaço urbano, resgatando o Centro ao pedestre e contribuindo para a cidade ganhar um novo status de avanço e modernidade. Enfim, o Rio de Janeiro adquiria o seu passaporte para o sonhado padrão mundial de qualidade.


Esse era o grande legado dos eventos para o Rio de Janeiro. A consolidação de uma matriz de transporte integrada, tendo ainda em evidência um sistema de transporte genuinamente brasileiro e que traria a contribuição das grandes empresas de ônibus do Rio de Janeiro, através de quatro corredores exclusivos para ônibus articulados, em inglês: “BRT – Bus Rapid Transit”, que de forma nunca antes pensada, se conectariam aos sistemas ferroviários e metroviários em algumas estações chaves.


No entanto, passados os jogos, veio a conta salgada da corrupção e da impunidade, que acabou deteriorando, aos poucos, os frágeis e difíceis avanços adquiridos pela incipiente integração entre os grandes sistemas existentes. Faltou visão política e acima de tudo a consciência de que, sem a contínua ação do Estado para viabilizar a integração, tudo poderia estar perdido, pois interesses individuais poderiam colocar em risco o interesse da coletividade.


Em crise financeira, o Estado limitou o alcance do Bilhete Único e, ao mesmo tempo, para sobreviver e garantir o pagamento mínimo aos seus servidores, deixou de lado a sua função esperada de condução para que esse fim pudesse ser alcançado. Falta-nos uma verdadeira Agência que promova a integração entre os sistemas, garantindo-se o planejamento e a consolidação dessa matriz de transporte.


O abandono e a falta de segurança, potencializado pela pandemia de COVID-19, não podem ser utilizados como “castigo” às empresas de transporte público de passageiros, cuja receita é adquirida pela tarifa de transporte. Sem receita não há cobertura dos custos operacionais e sem esta não há, por conta das empresas, garantia de pagamento dos salários de seus funcionários.


Portanto, o pagamento de passagem é importante para a manutenção da tão difícil equação advinda do equilíbrio econômico e financeiro dos contratos. A garantia desse item é vital para a geração de empregos e investimentos nesse setor muito importante e responsável pela garantia do direito fundamental de “ir e vir” dos cidadãos.


Assim, o sinal de alerta foi aceso hoje! Precisamos de forma consciente entender que as empresas do setor cumprem uma função social e ambiental que vai muito além da cobrança da passagem. Se há algum desequilíbrio, a Sociedade de forma madura e democrática precisa discutir o assunto, mas sem a velha retórica de transformar o empresário como o vilão de todas as mazelas do sistema.

Por fim, o usuário também tem a sua responsabilidade, cuidando do sistema e garantindo a manutenção dos equipamentos, visando à utilização dos mesmos para o máximo número de pessoas possíveis, pois todo investimento em sistemas de transportes é muito caro, cabendo a todos nós o cuidado necessário para que os mesmos possam cumprir a sua função social e garantir a equidade em todos os deslocamentos em nossas cidades, independentemente de renda ou condição social.


Somente da União de todos poderemos reverter o quadro atual e retornar ao tão sonhado sistema integrado, motivo de orgulho da população e a materialização do esforço feito para garantir à população o Legado Olímpico!


Por: Alessandro Santana.


Os artigos de colunistas são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da equipe do portal Minuto Logistico.





COORDENADOR DE CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E LOGÍSTICA



Ocupação atual: Coordenador do Curso de Engenharia Civil do Campus Barra da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Diretor de Comunicação do Clube do Supply Chain e Sócio Fundador do Canal Mudar o Mundo, soluções em Transporte e Mobilidade Urbana Sustentáveis.






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